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Demanda por commodities agrícolas vai continuar forte

Publicada em 31/05/2021

A recente interferência do governo chinês no mercado de commodities assustou os mercado nesta semana. O anúncio pesou sobre alguns preços ,mesmo que de forma pontual, mas, como reforçou o economista Roberto Dumas Damas, professor do Insper e especialista em economia internacional, apenas reafirmou a força da demanda da nação asiática e esta tentativa de conter um pouco da especulação. Entre as principais mercadorias controladas estão as commodities metálicas - em especial cobre e minério de ferro - além do milho, também no foco do governo chinês. 

"No último trimestre do ano passado a China cresceu muito. Trimestre a trimestre é possível ver que a China cresce cada vez menos, mas o que levamos em consideração é que para crescer 2%,  ela precisou explodir em investimentos em infraestrutura. Apesar de não precisar tanto mais de infraestrutura e nem ativos imobiliários, você precisa mostrar um crescimento econômico porque a China é uma ditadura", diz Dumas. 

No entanto, ele ressalta que, da mesma forma, a alavancagem bancária do país asiático continua crescendo, hoje já próxima de 300%, enquanto o PIB continua crescendo, porém, de forma mais limitada do que em anos anteriores. Assim, é possível que haja, daqui em diante, menos investimentos em infraestrutura e mudar o foco. 

"Acredito que no segundo semestre os preços do minério de ferro devem arrefecer porque a China volta ao 'novo normal'. Ou seja, se voltar para ser cada vez mais uma economia de consumo. Então, em que pese que o minério de ferro possa arrefecer, a demanda por commodities agrícolas vai continuar muito forte", afirma o economista. 

O combustível para a demanda forte por commodities agrícolas tem sido composto pelas condições estruturais e conjunturais. 

"Eles precisam aumentar o motor de crescimento do consumo, dando mais renda para o chinês, e o motivo conjuntural que é a Peste Suína Africana e que dizimou 350 milhões de cabeças de porcos. Assim, até eles reconstruírem isso, a demanda por proteína animal, grãos, milho, soja, segue forte. Então, a demanda por commodities agrícolas veio para ficar", complementa o economista. 

O governo do país que é o maior comprador global de commodities agrícolas tem dado diversos sinais de que vem trabalhando de forma a, safra a safra, reduzir sua dependência de importações de grãos e cereais. O resultado, todavia, é esperado para aparecer, efetivamente, somente no longo prazo. 

Nesta semana,  o Departamento de Desenvolvimento Agrícola da China divulgou um boletim informando que acredita que a nação asiática se aproxime da autossuficiência de grãos como trigo e arroz até 2025. A estimativa do estudo mostra a produção chinesa, no ano em questão, eleve sua produção para 692 milhões de toneladas. Em 2020, foram colhidas 669 milhões. 

"A produção de grãos vai continuar crescendo e a segurança alimentar estará completamente garantida durante o período do 14º Plano Quinquenal", disse o vice-presidente da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas, Mei Xurong. 

De outro lado, apesar do crescimento da produção, a importação de alguns grãos, entre eles o próprio trigo, tem crescido também de forma substancial. Números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) mostram que a projeção é de que a safra 2021/22 de trigo chinesa seja de 136 milhões de toneladas, enquanto as importações deverão registrar um volume de 10 milhões de toneladas, a segunda maior da história. 

Para a soja, ao passo em que se estima uma colheita recorde de 19,6 milhões de toneladas nesta nova temporada - 8,3% a mais em relação à safra anterior -, as compras internacionais do país asiático para este ano comercial está estimada pelo USDA em 103 milhões de toneladas. Do mesmo modo, para o milho se estima uma produção de 268 milhões de toneladas no ano comercial 2021/22, com importações que podem alcançar 26 milhões de toneladas.

A questão da segurança alimentar para o governo chinês mais é, além e acima de tudo, questão de importâncias política e social. "Não se pode deixar escalar uma tensão social por falta de alimentos, e isso, de certa maneira, beneficia os produtores de commodities", explica Roberto Dumas Damas. 



Fonte: Agronegócios

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